domingo, 21 de dezembro de 2008
Tesourinhos
Frase da Semana - 'Os presépios são como uma espécie de ordenamento paisagístico de cada um de nós' Julio Heitor RFM
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Winter Wonderland
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
I like being a mess. It's who I am.
domingo, 7 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
Ó-ai, veio o leilão!
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
And we sat down in the grass!
Desde criança ensinam-nos a ser bonzinhos. Comer os vegetais, fazer os trabalhos de casa, tomar as vitaminas, dividir os brinquedos, pedir por favor... E dizem-nos que se formos bonzinhos coisas boas vão acontecer.
Mas e se coisas más aconteceram a boas pessoas? - Esta pergunta tem me perseguido nos últimos meses.
Finalmente pareço ter encontrado a resposta porque, apesar de tudo, estou determinada a ser optimista!
(e sim, mesmo com todas as botas, traumas e pragas)
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Da Gulbenkian, o Jardim!
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Autumn
sábado, 12 de julho de 2008
Se não me seguram...
que faz e acontece!
Arma confusão e o diabo a sete!
Agarrem-me que eu vou-me a ele,
nem sei o que lhe faço!
Desgrenho os cabelos,
esborrato os lábios...
Se não me seguram,
dou-lhe forte e feio!
Beijinhos na boca...
Arrepios no peito...
E pagas as favas!
Eu digo, enfim:
''Ó meu rapazinho
és fraco para mim!''
De peito feito
ele ginga o passo;
arregaça as mangas e escarra pró lado.
Anda lá, meu cobardolas!
Vem cá, mano a mano!
Eu faço e aconteço;
eu posso, eu mando!
Se não me seguram dou-lhe forte e feio!
Beijinhos na boca...
Arrepios no peito
E pagas as favas!
Eu digo, enfim:
''Ó meu rapazinho
sou tão má para ti!''
''Ó meu rapazinho, ai...''
Eu digo assim:
''Se não me seguram,
dou cabo de ti!''
Deolinda
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Deveria estar a estudar Agricultura...
quarta-feira, 2 de julho de 2008
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Vale e Azevedo
Em directo para a televisão, Vale e Azevedo mostrou-se um homem aborrecido. E, lá está: um fugitivo devia estar, isso sim, angustiado. Mas o ex-Presidente do Benfica não chega a tanto e está apenas aborrecido, qual dona de casa maçada porque não usou Calgon em todas as lavagens. Diz que se recusa a ir para Portugal pelo próprio pé para ser preso, que têm de o vir buscar a Londres. Até aqui demonstra ter um coração grande: quer que a polícia portuguesa viaje. Que aproveite para fotografar o render da guarda em Buckingam e para comprar um globo com neve e ver o Big Ben. No fundo, que venham espairecer – que Vale e Azevedo até abdica de acumular mais milhas de passageiro frequente.
O fugitivo aproveitou também para dizer que já foi a tribunal mais de 500 vezes, algo que está ao nível de entrar no Guiness. E é aqui que vemos que ainda estamos perante um português comum, como nós. Para lá do Bentley, do iate e da mansão ao lado do Abramovich, continua alguém que só quer bater um record, como o povo de Santo Tirso que faz trouxas-de-ovos com 120 gemas.
Condutoras de Domingo
quinta-feira, 26 de junho de 2008
terça-feira, 24 de junho de 2008
Se te queres matar...
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?... Tens remorso adiantado
De que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentado entre as últimas notícias dos jornais da noite,
Interseccionando a pena de teres morrido com o último crime...
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a retirada preta para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste.
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem,
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes,
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? o que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...
Álvaro de Campos
Aos 120 anos de Fernando Pessoa, ao DireitoÀCena e ao pequeno Sushi!